Jojutsu
Sempre foi uma prerrogativa das Artes Marciais que utilizam armas o espírito de vencer e aniquilar o adversário. Com sangue ou sem. Num embate com espadas, a morte ou lesão permanente de algum membro era fato corriqueiro. Porém, há quatro séculos e meio uma Arte Marcial que pregava algo um pouco diferente: "Vencer o adversário sem precisar matá-lo". Essa arte era o Jo Jutsu, que traduzindo ao pé da letra em nosso português seriam "Técnicas de se utilizar o bastão".
História
A História nos fala de Muso Gonnosuke, um grande guerreiro, que adestrado e embasado pelos deuses do Tenshin Katori Shinto Ryu, iniciou seus estudos com um único objetivo: se vingar do não menos adestrado e famoso guerreiro Miyamoto Musashi, após ter sido humilhantemente derrotado em um de seus desafios.
Após noites e dias em claro, dúvidas e fracassos, Gonnosuke foi presenteado pelos deuses, através de seus sonhos, com a resposta para o seu grande enigma: uma arma diferente. Nasceu então o "Jo".
Um bastão, cujo comprimento deveria ser de 1.28m, e cujo diametro 2.6cm: ideal para vencer Musashi. E que venceu Musashi!!! Porque esta arma tão simples, tão inofensiva, tão discreta, se transforma, nos momentos em que é solicitada, em uma potente arma com os mesmos raios de ação de uma espada, através de utsu (simulando o corte, a batida) ou tsuku (estocar, espetar). Como se não bastasse, executa o harau (movimento semelhante a varredura), existente em lutas com a naginata.
Kiritsuke é a fase a que se segue o Nukitsuke e é onde ocorre o corte propriamente dito. O golpe deve ser desferido com firmeza para que seja preciso e eficiente visando frustar qualquer reação do oponente.
Por ser praticada em formas de kata, sem o uso de protetores, a prática do JOJUTSU obviamente exige uma boa orientação e acompanhamento com um mestre. E também uma acurada visão e atençao por parte daqueles que o executam.
No século XX, o grande responsável pela difusão do Shindo Muso Ryu foi o mestre Shimizu Takaji ao ensinar as técnicas do jo à Polícia Nacional do Japão. Em 1940, o mestre Shimizu tornou-se o soke ou grande mestre, do Nihon Jodokai.
Na década de 60, O mestre Shimizu concentrou seus esforços na construção de um templo destinado a Muso Gonnosuke no monte Homam. E enquanto dedicava-se a ensinar somente os civis, o mestre Kaminoda Tsunemori, discípulo de Shimizu, continuava os treinamentos do Shindo Muso Ryu junto à polícia japonesa.
Em 1978, com a morte do mestre Shimizu, Kaminoda Tsunemori torna-se o soke do Nihon Jodokai e maior representante do estilo Shindo Muso Ryu.
A história do Shindo Muso Ryu
Conta a lenda, que um hábil guerreiro ousou desafiar Miyamoto Musashi para um duelo no ano de 1605. Imbatível nas duas espadas, Musashi subjugou o adversário, porém poupou-lhe a vida. Seu nome era Muso Gonnosuke.
Derrotado, Gonnosuke retirou-se para um santuário xintoísta e após um longo período de meditação, sonhou com as dimensões do jo, um bastão com quatro shaku de altura (128 cm), de fácil manejo e raio de ação similar ao da katana.
O nome escolhido para o estilo explica sua origem lendária: Shindo ou Shinto quer dizer “modo dos deuses”. Muso, além do próprio nome de Gonnosuke, também significa sonho, visão. Ryu significa estilo.
Um novo encontro entre os dois guerreiros aconteceu, pouco tempo depois, no monte Homam. Dessa vez Gonnosuke venceu o maior espadachim do Japão, usando o jo e as técnicas do Shindo Muso Ryu.
Progressivamente, o estilo foi se aprimorando e incorporou outras armas. O Shindo Muso Ryu compreende também as técnicas de luta com o jitte, um pequeno bastão bifurcado; o tessen ou leque; o kusarigama, arma composta por uma pequena foice, uma corrente e um peso de ferro e o Hojojutsu, técnica de amarrar o adversário com uma corda
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